Fonoaudiologia é a ciência da área da Saúde que atua na promoção, prevenção, avaliação e diagnóstico, orientação, terapia (habilitação e reabilitação) e aperfeiçoamento dos aspectos fonoaudiológicos da função auditiva periférica e central, da linguagem e cognição, da expressão oral e escrita, da voz, da fluência, da articulação da fala, da deglutição e outros sistemas.
O fonoaudiólogo é atuante em unidades básicas de saúde; ambulatórios de especialidades; hospitais e maternidades; consultórios; clínicas; home care; domicílios; instituições de longa permanência e casas de saúde; creches e berçários; escolas regulares e especiais; instituições de ensino superior; empresas; veículos de comunicação (rádio, TV e teatro) e associações.
Em pacientes com E.L.A. (Esclerose Lateral Amiotrófica), a fraqueza muscular é um sintoma muito frequente. E esta fraqueza também pode afetar a musculatura responsável pela mastigação, deglutição, voz e fala, gerando quadros de disfagia, disfonia e disartria.
Por isso, é recomendada a inclusão da Intervenção da Fonoaudiologia no tratamento interdisciplinar deste paciente.
A Intervenção da Fonoaudiologia no paciente com E.L.A. envolve informações e estratégias que permitem uma deglutição segura e uma comunicação funcional, por meio de:
Durante a terapia fonoaudiológica, o profissional disponibilizará ao paciente técnicas que melhorem a sua produção fonoarticulatória, garantindo a ele que se mantenha comunicativo em seu meio.
Na medida em que a doença avança, a capacidade de comunicação se torna mais deficitária. O paciente tende a ter mais dificuldade em passar a mensagem e se fazer compreender, e a tendência é que ele se isole, por falta de comunicação.
Para evitar que isso aconteça, o fonoaudiólogo deve estar atento ao momento ideal em que fará a indicação de um recurso de Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA).
A Comunicação Suplementar Alternativa (CSA) existe para possibilitar uma melhor qualidade de vida aos pacientes com patologias paralisantes que podem comprometer a fala, como a E.L.A.
Por meio de recursos como símbolos e equipamentos de controle manual ou ocular, é possível devolver a expressão a pessoas que perderam o poder da comunicação oral por conta de alguma patologia.
A indicação, implementação, desenvolvimento e monitoramento deste recurso dependerá das habilidades motoras e cognitivas do paciente, de sua escolaridade, da funcionalidade do recurso, do treinamento e capacitação de profissionais e familiares.
Estes sistemas podem ser de alta ou baixa tecnologia, o que pode impactar na questão socioeconômica, mas atualmente já existem diversos recursos tecnológicos de baixo custo, que podem ser facilmente adquiridos.
Por conta da dificuldade na mastigação e deglutição, a alimentação via oral pode representar um risco ao paciente com E.L.A., trazendo algumas complicações nutricionais e/ou respiratórias.
Por isso, é sempre importante estar atento aos sinais:
Alguns destes sinais e sintomas podem indicar que a proteção das vias aéreas está diminuída, aumentando a chance deste alimento, resíduo, saliva ou líquido entrar no pulmão. Caso isso aconteça, o paciente desenvolve um quadro de pneumonia aspirativa.
O ideal é que o paciente com E.L.A. inicie o tratamento com o Fonoaudiólogo assim que receber o diagnóstico, visto que pacientes que são tratados desde estágios iniciais desenvolvem mecanismos adaptativos e reduzem o risco de aspiração traqueal, mesmo na presença de sérias alterações musculares.
O objetivo do tratamento de fonoaudiologia no paciente com E.L.A. não consiste propriamente na normalização da deglutição ou da fala, mas sim em criar técnicas e estratégias terapêuticas que promovam a melhoria do bem-estar do paciente, evite o isolamento social deste paciente e promova a estabilização da condição nutricional, do estado pulmonar, da qualidade de hidratação, além do resgate do prazer alimentar e do aspecto social da alimentação.
Assim como todo o trabalho terapêutico e multidisciplinar que envolve o paciente com E.L.A., a fonoaudiologia deve ser articulado em conjunto com o paciente, com a equipe médica, com os cuidadores e com os familiares para que atinja seu objetivo maior, que é respeitar e garantir a autonomia do paciente.