Importância do acompanhamento psicológico ao paciente com ELA

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A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença de causa ainda desconhecida, causa a degeneração progressiva de neurônios motores localizados no cérebro e na medula espinhal.

Esses neurônios são células nervosas que, ao perderem a capacidade de transmitir os impulsos nervosos, dão origem à doença.

Entre os principais sintomas estão a fraqueza muscular, o endurecimento dos músculos e a atrofia muscular, bem como câimbras, tremor muscular, reflexos vivos, espasmos e perda da sensibilidade. Também podemos citar a perda progressiva de força, problemas com a coordenação motora, fala arrastada ou mais lenta que o normal, dificuldade para respirar e engolir, engasgos, tremores, perda de peso, dificuldade em manter a cabeça erguida e dificuldade em realizar as tarefas simples do dia a dia.

Apesar das limitações, o paciente costuma preservar sua capacidade intelectual e cognitiva e pode ter uma vida prolongada desde que receba o tratamento adequado, que pode variar de acordo com a evolução da doença e do estágio em que ela se encontra.

 

Qual é o tratamento indicado ao paciente com ELA?

O atendimento médico padrão a quem recebe o diagnóstico, bem como à família do paciente, é multiprofissional e paliativo, e conta com uma equipe formada por: neurologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutriocionistas, médicos especialistas, terapeutas ocupacionais e psicólogos. 

O trabalho em equipe visa não somente melhorar a capacidade respiratória e a função motora, mas também os aspectos psicológicos do paciente.

 

Qual a importância do acompanhamento psicológico no paciente com ELA?

Do ponto de vista psicológico, ao receber o diagnóstico de uma doença grave como a ELA, o paciente e seus familiares enfrentam momentos de estresse e muita angústia.

O impacto do choque inicial pode desencadear no paciente reações variadas, como a negação, a impressão de que o diagnóstico está errado, a desesperança e até a possibilidade de entrar em depressão profunda, como defesa frente ao sofrimento e intensa angústia.atenuando sua dor, sofrimento e angústia.

Tais reações são compreensíveis e humanas justificáveis, visto que ninguém está pronto para receber este diagnóstico, e envolvem questões emocionais, psicológicas, o relacionamento com a família e com os amigos, a personalidade do paciente etc.

Quando o sofrimento psíquico do paciente – ou de qualquer outra pessoa – não pode ser expresso por palavras, ele se direciona para o corpo, através de sintomas ou manifestações psicossomáticas. 

Como medida profilática, o apoio emocional tem a possibilidade de ajudar a não gerar nem sintomas, nem manifestações psicossomáticas. 

Por isso é tão importante que o paciente com ELA faça um acompanhamento psicológico.

 

Como é o acompanhamento psicológico aos pacientes com ELA?

O atendimento psicológico ao paciente com ELA geralmente se baseia em consultas semanais com o psicólogo. Durante as sessões, o paciente poderá falar sobre o que está sentindo e conversar sobre as angústias, ansiedades, sofrimento, enfim tudo aquilo o que quiser e conseguir expressar. 

Isso ajudará a minimizar as angústias vividas, e também a estimular a conversa entre o paciente e as pessoas próximas, como seus familiares e amigos, abrindo novas situações a serem conversadas e refletidas. 

Durante a progressão da doença, o apoio psicológico funciona como um espaço em que tanto o paciente quanto os familiares podem expressar seus sentimentos e emoções. Através de uma escuta acolhedora e humanizada, o psicólogo tentará abrir espaços de conversa, sem esboçar quaisquer valores pessoais, ou sugestões de sua parte, sustentando a angústia e o sofrimento do paciente.

Na fase mais avançada da doença, quando os pacientes começam a perder a capacidade falar, o Psicólogo poderá ajudá-lo a encontrar novas formas de comunicação, que serão colocadas em prática em conjunto com os cuidadores.

O Psicólogo pode ainda ajudar o paciente, os familiares e cuidadores a irem conversando de modo cuidadoso e acolhedor, dentro dos limites de suportabilidade deles naquele momento, aproximando cada vez mais sobre o que se faz necessário para o bem estar do paciente, visando tomada de decisões importantes, como por exemplo,  em relação à nutrição,  à necessidade de realizar uma traqueotomia para continuar a respirar etc.

 

O apoio psicológico fornecido por um profissional se mostrou efetivo e favorável ao prognóstico, e deve ser considerado durante todo o tratamento na ELA.

É de fundamental importância  que Psicólogo, Nutricionista, Fisioterapeuta e demais especialistas trabalhem em conjunto dentro de uma equipe multidisciplinar, para elaborarem um tratamento completo e eficaz para o paciente com ELA.

 

A ABrELA conta com a orientação de uma equipe especializada no atendimento do paciente com ELA, oferecendo, sempre que possível, orientação à pacientes e profissionais das áreas de saúde, serviço social e apoio jurídico.

O setor de psicologia presta orientações a pacientes e cuidadores. Acesse nosso site e confira a localização de todos os nossos Centros de Atendimento, por região.

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