COVID-19 + Esclerose Lateral Amiotrófica: quais os riscos?

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Depois de o Brasil registrar, há três meses, a primeira morte por Coronavírus, especialistas explicam que o vírus é mais perigoso em doentes crônicos por causa do organismo vulnerável. O vírus é, muitas vezes, associado somente a idosos ou pessoas com câncer e diabetes, mas há também outros grupos de risco que sofrem com a pandemia, como os pacientes de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

ELA é uma doença degenerativa progressiva que atinge os neurônios responsáveis pelos movimentos do corpo, causando fraquezas e atrofias musculares. Ainda sem cura, pode começar em qualquer parte do corpo (língua, garganta, diafragma) e se espalhar gradualmente para outros lugares. A maioria dos pacientes não vive mais que cinco anos após os primeiros sintomas.

Comum entre 50 e 70 anos, o paciente perde a capacidade funcional e de cuidar de si mesmo – nesse momento, o papel do cuidador é essencial. Além desses problemas, a enfermidade pode acarretar infecções pulmonares devido ao mal funcionamento dos músculos respiratórios, e o paciente necessita de respiradores para o tratamento.

Em meio à pandemia de COVID-19, a doença causada pelo novo Coronavírus, a situação fica ainda pior com a falta de equipamentos.

Para ajudar no combate, a ABrELA (Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica) assiste pacientes da doença há mais de 20 anos, além de familiares, cuidadores e profissionais da saúde que buscam informações sobre tratamentos. Ela é uma organização sem fins lucrativos que faz reuniões trimestrais e doa ou empresta (quando disponíveis) materiais de apoio aos enfermos.

Um dos aparelhos fornecidos para quem tem insuficiência respiratória é o respirador BiPAP (Bi-level Positive Airway Pressure). Ele permite que o tempo de internação hospitalar seja menor, pois o acompanhamento é realizado na própria casa do paciente. Em São Paulo, o aparelho é entregue pelo Instituto do Sono em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo. Porém, outras cidades do país também contam com um órgão que fornece o equipamento, seguindo as diretrizes da portaria federal que define que todo paciente com Doenças do Neurônio Motor têm direito a um aparelho de ventilação não invasiva. Uma das missões da ABrELA é garantir que essa ação aconteça em todo o território nacional.

Cuidados para prevenir o contágio do COVID-19 em pacientes com ELA

Aumente os cuidados com a prevenção:

  • Evitar a saída nas ruas com o paciente;
  • Lavar com frequência as mãos do paciente por, pelo menos, 20 segundos;
  • Não ter contato com qualquer pessoa que apresente sintomas de gripe;
  • A higienização deve ser severa: limpe as superfícies constantemente, principalmente nos lugares em que o paciente ou o cuidador tenham mais contato (como bancada, mesa de apoio, corrimão, cadeira de rodas);
  • É obrigatório o uso de máscara pelo cuidador e pela equipe de profissionais que tenham contato com o doente; ​
  • Os cuidados devem ser redobrados: lave as mãos antes e depois da realização de qualquer procedimento. Limpe os equipamentos antes e depois da sua utilização. Utilize luvas descartáveis durante a realização de procedimentos junto ao paciente. No caso dos aspiradores, descarte os cateteres de sucção após cada uso. Em relação aos respiradores, esteja atento ao manuseio e à higienização de máscaras, conectores e traqueias. O uso do respirador deve ser individual para evitar o perigo de contágio entre pacientes;
  • O celular e o notebook devem ser higienizados com frequência com álcool gel;
  • Optar por lenços descartáveis e lavar as mãos após o uso.

No site da ABrELA existem outras importantes recomendações para conter o avanço do Coronavírus. Acompanhe os informativos!

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