Fisioterapia Motora – Orientação clínica

Alessandra Corrales

Diretora Secretária da ABrELA


Fisioterapeuta com especialização em Neurologia do Adulto pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e em Intervenção Fisioterapêutica nas Doenças.
Neuromusculares pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Fisioterapeuta no Setor de Investigação em Doenças Neuromusculares da UNIFESP.

Rita Labronici

Fisioterapeuta Motora



FISIOTERAPIA MOTORA NA ELA

 

A fisioterapia motora, de posse do conhecimento clínico da doença, auxiliará o paciente após uma avaliação minuciosa e individualizada.

Cada fase da doença exige condutas específicas, para isso, é importante e necessário realizar as avaliações fisioterapêuticas periodicamente. As reavaliações visam orientar as condutas a serem realizadas baseadas, portanto, na fase atual em que o paciente se encontra.

A fisioterapia motora possui o objetivo de otimizar as funções motoras do paciente, lentificando as contraturas, deformidades, encurtamentos musculares, pressão por longos tempos em decúbitos, compressões nervosas, maximizando a força muscular e a independência para as atividades de vida diária (AVD´s) do paciente. Complicações secundarias a imobilidade como: constipação intestinal, edemas, atelectasias, dores localizadas ou generalizadas, também são possíveis de amenizar com a fisioterapia motora.

As sessões de fisioterapia são acompanhadas, também, por orientação ao paciente, familiares e cuidadores para a conservação de energia, evitando assim a fadiga. Isso é importante, pois, exercícios excessivos além de fadigar, podem levar à progressão da doença, com maior degeneração do neurônio motor, segundo estudos.

A fisioterapia motora deve ser realizada de 2 a 3 vezes na semana, em dias intercalados. O número de repetições, bem como a intensidade dos exercícios e duração da sessão, dependerá do quadro clínico do paciente. Exercícios domiciliares diários também são orientados pelo fisioterapeuta, principalmente os alongamentos.

Os exercícios com carga, mesmo que seja uma carga mínima, NÃO devem ser realizados em pacientes com ELA, pois sobrecarregam o neurônio motor, favorecendo a progressão da doença. Exercícios isométricos NÃO são indicados. Bem como, o uso de estimulação elétrica funcional, mais conhecido como FES.

São indicados exercícios de moderada à baixa intensidade, exercícios ativos, ativo-assistido ou passivo, técnicas proprioceptivas neuromusculares, relaxamento muscular, exercícios de equilíbrio postural e dinâmico, alongamentos, massagens e acupuntura (quando realizada por profissionais especializados).

É fundamental observar e, recomenda a fisioterapia motora, para evitar durante a realização das atividades: quadros de fadiga, cansaço, desconforto respiratório, dor; evitar os gastos energéticos de maneira geral.

Sempre considerar o conforto do paciente e respeitar suas limitações.

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